quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Onda está esse respeito



Abandonado por vocês
Tenho tentado esquecer
Mas no fim de tantos anos
Com estes traumas malditos
dar a vida  pela pátria
Foi uma grande dizilusão.
Paixão pela bandeira
No meu coração já não existe
Tenho tentado não sofrer
Lendo modernas poesias
Rindo e chorado com a madrinha
De guerra, mina companhia
chorando pelo o que me fizeram...
Mas vocês não nos ligam.
Os governos de outrora
E os de agora não querem nada
Nada mesmo, com os veteranos
Onda está esse respeito
Nem sei mais de mim
Onde está esse respeito e honra
Por aqueles que lutaram
Em nome dessa nação!
Eles foge da verdade?
veteranos abandonados pelos,
Pelos cantos de Portugal
Sem outro porto ou outro cais
para sobreviver aos temporais
Essa raiva que me guia...
Fomos abandonados por vocês...
Eu vejo o vento a levar-nos,
Sem essa história de vida
Não seria possível de ser escrito.
No nosso livro de vida
E no monumento em Belém
Tenho as estrelas para sonhar
E ainda espero todo dia...
Pela bênção dessa nação.
Quando eu um dia morrer
Quero em cima do meu caixão
 A bandeira germânica.
Ela matou-me a fome
Deu-me toda a proteção
e toda a formação
E de mim me fez um homem.  
Já nem sei mais dessa pátria progenitora
Porque eles fogem da verdade?
Fomos abandonados por vocês
Nessa terra Lusitânia
Não tenho porto nem cais
para sobreviver aos temporais

SOFRER ATÉ À EXAUSTÃO,

O pensamento é moedor a vida é muito curta
a pista é comprida.
Por vezes parece que a batalha está perdida
Acreditar em nós mesmo
Um ser humano veio ao mundo para sofrer
Subir, e subir, e subir
de montanha a montanha, Até atingir o pico mais alto
Que faz do ser humano uma criação surpreendente.
Com a nossa autoestima estamos protos no ponto de partida.
Vamos à luta, levantamos, a moral!
Vamos em frente, sem nos render,
o errado é errado é com ele que se aprende
o caminho até parece complicado Nossa Fé, e auto estima
o acreditar, Sofrer, chorar e lutar sempre é o lema.
Sofrer até à exaustão, para não morrer, Mas sim vencer
Carlos Pombo

terça-feira, 4 de setembro de 2018


Soldado poeta

Noite cerra.
O poeta sai do aquartelamento
Com os seus camaradas.
Mosquitos por todo o lado.
Segue-nos zumbido, por esta dessa floresta.
sempre a pensar no perigo,
chegar seja onde for.
Páramos. Camuflamos.
E olha a multidão,
De mosquitos e ienes
Tudo parece o silencio
suavemente, com horror.

Abre o saco de dormir parece fantástico,
Impossível, mas não é.
Estamos - numa operação secreta.

Boca seca, o sal corre pelo rosto
Labaredas loucas saem-lhe da garganta.
espreita um iene nua, seus olhos brilhantes.
Ela chora como uma criança,
a noite é a sua única certeza.

Eu aqui, mas o inferno ainda não começou.
de novo para o mundo.
Meio mundo dorme, nós aqui como leões,
Há espera do seu jantar.
dói-me, o coração chora.
Sonâmbulo, eu espero pelas presas
Lá ao longe um fantasma. Oiço o estalar.
Um luar terrífico.

Três da madrugada.
Ouvimos vozes, a noite apunhala devora-nos,
e o suar das armas entoa, gritos e ais no ambiente…
olhos e pensamentos terríveis.
Fiel, atento, comprido uma merda duma missão 
E os leões leva-os arrastando-os pelo cachaço.
O buraco negro e a Pide encarregam-se deles.
Carlos Pombo ano1964
Todos os poemas 
@Reservado Direito de Autor